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sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
terça-feira, 27 de maio de 2014
Haegessa: Entre a luz e as sombras... Prólogo
PRÓLOGO
ACORDARA
COM UMA SENSAÇÃO ESTRANHA, ESTAVA MUITO ESCURO, sentira medo, ou
melhor, sentira pânico!! Sua boca estava seca e amordaçada com uma
tira de pano molhada, deveria ter sido embebida em algo, a mordaça
abafava cada tentativa em emitir algum som... Seus olhos estavam
pesados, como se houvera sido sedada anteriormente, seus ossos doíam
com o frio em que se encontrava... Muito frio...
Tentara
se encolher, mas algo gelado prendia suas mãos a uma parede
igualmente fria e úmida, não conseguira muito espaço para se
mexer, estava presa à parede e sentada ao chão, haviam tirado a sua
roupa e vestido-a com um tipo de... Camisola. Tentava, mas ainda não
conseguira se lembrar de como tudo acontecera, a última lembrança
que tinha era de ter saído ontem com seu esposo, tinham jantado, ido
ao cinema e estavam retornando pra casa, era cedo, umas 23h30min...
Sua
cabeça doía, uma dor persistente em sua região frontal... Como se
houvera batido a testa e perdido a consciência... Um acidente de
trânsito? Talvez... Mas por que estava presa a esta parede e apenas
de camisola? Mesmo forçando a memória mais uma vez, ainda não
conseguira se lembrar de nada... Seria um sequestro? Sim...
Sem dúvidas
houvera sido sequestrada, era a única hipótese plausível que
conseguira pensar agora, ainda mais devido suas condições atuais.
Rastreara a sala
com os olhos, a qual apesar de escura conseguira ver perfeitamente...
Era um cômodo amplo, as paredes sem acabamento, vira somente tijolos
úmidos à vista e uma tapeçaria pendurada à parede oposta, não
conseguira definir a ilustração da mesma devido à falta de
iluminação da sala, sob a tapeçaria havia uma mesa comprida
encostada à parede, não conseguira ver o que estava sobre o móvel,
mais nenhuma outra mobília estava presente no cômodo...
Um cheiro de
mofo misturado ao cheiro de carne apodrecida e sangue velho dominavam
o ambiente... Que lugar era esse? Não havia som algum, somente seus
gemidos abafados o barulho da sua respiração e o som das batidas de
seu coração eram audíveis... E esse frio insuportável... Podia
ver uma porta de madeira fechada no canto à sua direita, nenhum
sinal de seu marido... Ela estava sozinha... Será que ele o haviam
machucado? Será que estava bem? Sua cabeça doía...
Quem fizera
isso? E por quê? Em uma cidade tão grande, com gente tão rica...
Porque a sequestrariam? É apenas uma advogada... Mal sucedida e
cheia de empréstimos, diga-se de passagem, onde arranjaria o
dinheiro para o resgate? Esperava que não tivessem machucado
César... Será que o trouxeram também? Se sim... Onde será que o
colocaram? Será que já entraram em contato com as famílias?
- Meu Deus...
Ajude-me, por favor...
As palavras
abafadas pela mordaça exprimiam o medo e a incerteza da mulher
amarrada em meio às sombras. Em meio a todas as perguntas e aos
devaneios criados pelo medo, Luiza começara a ouvir alguns passos...
Um som discreto, tornando-se crescente... Alguém se aproximando ou
apenas obra da sua imaginação em pânico?
Achara que fosse
desmaiar de tanto medo, suas mãos trêmulas tentavam
desesperadamente se soltar das algemas que já machucavam seus
punhos... Suas pernas mexiam-se descontroladamente na inútil
tentativa de se soltar ou mesmo de se proteger de quem se aproximava,
sua frequência respiratória aumentava vertiginosamente, achou que
fosse se sufocar, vomitar e perder a consciência novamente...
Começara a tentar gritar, sem sucesso, pois nenhum som além de
sussurros abafados eram emitido além da mordaça... Nunca sentira
tanto medo em toda a sua vida...
Ouvira
fechadura da porta a sua direita ser lentamente destrancada... A
maçaneta moveu-se e um facho de luz pode ser contemplado quando a
porta começara a se abrir... Desviara os olhos para a tapeçaria e
pudera definir perfeitamente a ilustração... Um símbolo, que Luiza
sabia muito bem o que significava... E então o horror a dominou por
completo...
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